Com autor de crime solto, família de Suzana teme pela vida do filho da vítima em Barras

A família de Suzana de Carvalho Silva, assassinada no dia 13 de fevereiro deste ano, na zona rural de Barras, afirmou ter medo de represálias do suspeito do crime, o marido da vítima, Lindojhosson de Sá Ferreira Furtado. O homem está sendo procurado pela polícia e, um mês após o crime, ainda não foi localizado.


Suzana de Carvalho Silva, de 24 anos, foi atingida com quatro golpes de faca, dentro da casa em que morava com o marido e o filho de dois anos. Ela foi socorrida com vida, mas morreu a caminho do hospital. A criança presenciou o crime.

Família quer justiça

O pai de Suzana, o empreiteiro de obras Antônio José da Silva, contou que Lindojhosson e a filha estavam juntos há oito anos e haviam se separado três vezes, por poucos dias. De acordo com ele, o homem era ciumento e a jovem se sentia aprisionada no relacionamento. Na data do crime, o casal havia se reconciliado.

“Me sinto indignado com tanta injustiça. Tudo foi muito cruel. Esse homem não pode ficar solto, tem que pagar pelo que fez com minha filha. Eu não consigo pensar em outra coisa mais. Temos medo que ele tente pegar a criança”, lamentou.

Indícios de premeditação

O pai da vítima acredita que o feminicídio tenha sido premeditado. De acordo com ele, o pai de Lindojhosson informou que o suspeito buscou pagar dívidas com comerciantes locais dias antes do crime.

“Ela foi morta no domingo, enterrada na segunda e, na terça-feira, visitei o pai dele. Ele contou que dias antes o Dondon perguntou sobre um homem que trabalha com construção lá na região, ‘pai, você tá devendo fulano?’, o pai disse que sim e ele respondeu ‘então vamos vender uns porcos e pagar, vou sair por uns dias e não quero ficar devendo'”, relembrou.

Relatos de relação abusiva

vítima chegou a relatar ameaças feitas pelo marido a uma cunhada. Na ocasião, Suzana destacou que Lindojhosson declarou que ela nunca seria “mulher de outro homem”.

“Pra mim, ela não falou [sobre agressões ou ameaças], falou pra uma cunhada. Mas sei que ele era muito ciumento. Por exemplo, por um período, eles tiveram um carro e uma moto. Como a Suzana não sabia dirigir carro, ele vendeu a moto pra que ela não saísse de casa. Não queria nem que ela visitasse a família, sempre era uma briga. Eu dizia ‘filha, eu sou seu pai, não custa nada vir’ e ela respondia ‘o Dondon não deixa’”, contou Antônio José.

“E tem mais, a casa dele fui eu que fiz. Lá ele tem um bar, sempre foi trabalhador. A Suzana gostava de brincar com o meu netinho na entrada desse bar. Só que quando o bar ficava cheio, ele não gostava, tinha ciúmes de quem olhava pra ela. Aí ele construiu um muro entre a casa e o bar, tudo pra que ela não fosse, pra que não vissem ela”, completou o pai.

Conforme Antônio, a mãe e dois irmãos de Suzana moram a cerca de 15 quilômetros do local em que ela foi assassinada. O pai está, atualmente, em São Paulo, onde trabalha. Ele contou que chegou a conseguir um emprego para a filha no estado, com esperança de que ela saísse do relacionamento.

“Minha vontade é abandonar tudo e ficar com minha família, cuidar do meu netinho. Quando minha filha separou a última vez, eu disse pra ela vir ficar comigo que eu ia conseguir um emprego pra ela. Quando consegui, numa pizzaria, liguei pra minha esposa e perguntei ‘cadê a Suzana?’ e minha esposa contou que ela tinha voltado pro Dondon. Ela voltou pra ele e, pra mim, voltou em um caixão”, comentou emocionado. Inquérito policial em andamento

O delegado regional de Barras, Maycon Rodrigues, informou que a polícia continua as buscas para tentar localizar o suspeito. Ele disse que o inquérito corre em segredo de justiça, por se tratar de violência doméstica, e que ainda não foi concluído.

“Ainda estamos tentando localizar esse indivíduo. O inquérito está com vários elementos probatórios. Ainda não foi concluído, mas acredito que em breve será. O prazo para conclusão de inquéritos relativos a crimes hediondos, com o suspeito solto, é de 90 dias”, explicou o delegado.


Fonte: g1 Piauí 
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